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Depois de uma semana volátil, na sessão desta sexta-feira (1), o mercado da soja fechou em alta na Bolsa Chicago. Ao longo do dia, os preços chegaram a subir mais de 14 pontos nos principais vencimentos, entretanto, no fechamento os ganhos foram menos expressivos, de pouco mais de 7 pontos.

Além das condições climáticas adversas na América do Sul - seca no sul do Brasil e na Argentina e excesso de precipitações no Centro-Oeste brasileiro, que já são conhecidas pelos investidores, neste pregão as cotações contaram ainda com outros fatores que contribuíram para o tom positivo da sessão.

Um desses fatores são os baixos estoques chineses de soja. Segundo uma agência do governo da China, as reservas atuais do país são de aproximadamente 5 milhões de toneladas e, em março, esse número deverá recuar para 4 milhões em março.

"São poucas as exportações de soja pronta para a China, de soja da safra velha, o que nós vemos são grandes compras da safra nova. E os embarques do Brasil ainda não estão tão aquecidos. Então, é verdade, podemos ver a China com estoques menores em março", diz Daniel D'Ávilla analista de mercado da New Edge, direto de Nova York.

Outro fator que confirma essa projeção de menores estoques é as boas margens de esmagamento de soja na China. "Isso tem trazido muitos esmagadores ao mercado para comprar soja", explica D'Ávilla.

Frente a essa demanda que continua se mostrando muito ativa, a logística ineficiente do Brasil também acaba atuando como fator de alta para os preços. O reflexo desse caos logístico é positivo para o mercado internacional uma vez que atrasa a entrada da oferta do Brasil, fazendo com que importantes importadores, principalmente China, se voltem para outras origens, que deverá ser, provavelmente, os Estados Unidos.

"E com isso deveremos ver o mercado subir em Chicago", explica o analista. Dessa forma, os investidores terão, novamente, a tarefa de racionar a demanda por meio de preços mais altos diante de uma oferta tão ajustada.

Fonte: Notícias Agrícolas // Carla Mendes